Aos exatos 124 anos da derrubada da Monarquia Parlamentarista que pôs
fim à soberania de D. Pedro I, um segundo acontecimento histórico aconteceu no
Brasil ao dia 15 de novembro de 2013.
Estava eu limpando a casa com sabão em pó (pobre se ajeita com o que
tem!) quando recebi a notícia de que o STF (Supremo Tribunal Federal) havia
emitido ordem de prisão contra alguns dos envolvidos no famoso
Mensalão.
Depois volto a falar no sabão...
Vamos ao Mensalão...
Tudo começou quando a imprensa divulgou uma gravação de vídeo em que o
chefe da empresa dos Correios Mauricio Marinho solicitava e recebia vantagem
indevida para beneficiar um suposto empresário interessado em negociar com os
Correios. Isso evidenciava o loteamento de cargos públicos em troca de apoio de
proposta de governo, representava a má aplicação do dinheiro público e tudo
tinha por objetivo favorecer campanhas eleitorais.
Esta situação proporcionava enriquecimento ilícito de agentes públicos,
empresários e lobistas, uma vez que os dirigentes da Empresa de Correios e
Telégrafos eram indicados pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), partido da
base aliada e que tinha por presidente Roberto Jefferson.
A base aliada recebia recursos do Partido dos Trabalhadores para apoiar
o Governo Federal. Então, todos os meses entravam nas finanças de pessoas
ligadas aos aliados, dinheiro para que o PT pudesse governar sem muitas
intercorrencias.
Roberto Jefferson confirmou que o esquema era dirigido e operado por
José Dirceu, Delúbio, o publicitário Marcos Valério. Resumindo: Tudo isso
levava à sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, e outros crimes.
Peraêeeeeeeeeeeeeee!!!
O que nossa amada Itambacuri tem a ver com isso?
Itambacuri também tem Mensalão, gente!
E dos grandes!
A cidade é pequena, mas se fizermos cálculos
matemáticos vamos perceber que a proporção pode ser até maior.
E acredito que o que afundou as finanças de nossa cidade são os
MENSALÕES existentes para favorecimento de pessoas em troca de apoio político.
Vamos a um só exemplo que de tão público é um soco na cara da gente.
Vocês acham que o ex- prefeito Henrique Scofield ia dar posse para
uma pessoa como o vereador Fulgencio sem que ele tivesse condições de assumir o
cargo, já que tinha que cumprir outra obrigação no Hospital Nossa Senhora dos
Anjos (por força do contrato), por causa da falta de compromisso do ex-prefeito para com a saúde ou porque
havia interesses escusos por trás disso?
Pensem bem: Se Fulgêncio Dias Muniz realizava suas atividades em plantões
de 12 (doze) horas com folgas de 36 (trinta e seis) horas, com carga horária
semanal de 44 (quarenta) horas(trabalhando dia sim, dia não) no Hospital Nossa Senhora dos Anjos e junto à
administração pública de Itambacuri, por força do EDITAL Nº 001/09- anexo
III, código 26, sujeitava-se a carga horária de 40 (quarenta) horas semanais, ou seja: 8 horas por dia; para
ser possível a cumulação de cargos, era imprescindível que houvesse
compatibilidade de horário.
Sem compatibilidade, o trabalho do servidor Fulgêncio junto ao
hospital,conflita com a jornada fixa do cargo que exerce no município, não
podendo nem cogitar em compensação de dias e nem havendo condições de
superposição de horários.
Assim, se não existia condições para que o servidor cumprisse com as
atribuições de seu cargo, sem prejuízo para a Administração pública, não haveria
possibilidade de posse.
Ocorre que ele tomou posse, recebeu salário integral, durante muito tempo, sem que efetivamente cumprisse com a carga horária. Isso é ou
não é um Mensalão?
Uma posse que violou a supremacia do interesse público, diga-se de
passagem, interesse essencial por ser o cargo de auxiliar de enfermagem pago
com recursos carimbados que é a verba da saúde, para estar à frente
das atividades do cuidar e assistir os pacientes.
Tal situação foi escondida, ocultada pelo ex-prefeito e a ex-secretária
de saúde que além de não abrirem um procedimento administrativo, ordenaram
pagamentos para este servidor sem que ele efetivamente trabalhasse. Isso é
corrupção! Isso é MENSALÃO!
Ai pergunto: Com que intenção um prefeito empossa um servidor e o deixa
sem trabalhar, a não ser intenção política?
O ex- prefeito Henrique e a ex-secretária ao dar posse para Fulgencio,
em cargo inacumulável, admitiram dano ao erário, permitiram despesas não
autorizadas em lei, já que lei nenhuma autoriza pagar gente que não trabalha,
sem que ele esteja licenciado por saúde, gestação, férias...
Eles violaram os princípios da Honestidade, imparcialidade e lealdade.
Há um forte indicador de que fizeram do cargo, um trampolim para consumar interesses
pessoais ou qualquer outra condição de interesse alheio aos da promoção da
saúde.
São indícios convergentes que o interesse, assim como no Mensalão
da Ação Penal 470, era político.
Vejamos: É possível que o servidor Fulgencio tenha se
“compromissado com o ex- prefeito para que tomando posse, mesmo não trabalhando
e recebendo, ele faria um pagamento futuro (“compensação eleitoral”), implicando
em possível apoio a campanha futura, como de fato ocorreu,
nas eleições 2012, onde ele inclusive foi eleito vereador, partido DEM (Democratas) pela
coligação DEM/ PDT que apoiava o ex-prefeito.
Assim, tudo aponta que o ex-prefeito Henrique sabia da situação, mas a ele convinha ou
deveria manter o servidor e permitiu que ele continuasse recebendo.
SE NÃO É POR ESTA RAZÃO, POR QUE TANTO PRIVILÉGIOS SERIA???
Povo de Itambacuri, Amai-vos!
É por situações como esta que nosso município está falido. Retiram do nosso tratamento de saúde, retiram da educação dos nossos filhos, retiram das políticas públicas para nossos idosos, adolescentes, retiram de nossas entidades e outras necessidades; pegam o dinheiro público, gastam como querem e da forma que querem e ainda tem quem vote nestes corruptos. A corrupção é o atraso de nossa cidade!
Infelizmente, por causa da faculdade, eu não estou podendo frequentar as reuniões da Câmara, mas gostaria de ver os vereadores discutindo uma forma desta pessoa e outras que meteram a mão na grana pública devolverem este dinheiro. Se hoje, nosso município está arruinado são muitos que nem podem criticar. Tem mais é que bater no peito e dizer: "Minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa"e ir devolver o dinheiro.
Ah... Por que mencionei o sabão em pó?
Porque o OMO PROGRESS lembrou-me que fora o Ministério Público que
denunciou os 40 envolvidos no esquema “do Mensalão.”
Segundo a propaganda do sabão, o “OMO PROGRESS com ação seletiva,
identifica cada tipo de mancha e remove melhor até as manchas mais difíceis.”
Também, aqui em Itambacuri, o Ministério Público tem impetrado muitas
ações de improbidade administrativa.
Muitos dos “políticos endeusados” estão com seus bens bloqueados e tem
sim que devolver recursos aos cofres públicos. E devem dar
graças a Deus por, ainda, não estarem presos. Também, aos poucos a sujeira, de outra forma, está saindo, sendo publicada...
Que o “OMO PROGRESS”, continue a remover as piores e mais antigas manchas da política desta cidade.
Quem sabe este 15 de novembro nos ajude a escrever uma nova história...
Curiosidade - Segundo dados do TSE, o DEM é o partido que lidera o ranking da corrupção com o maior número de políticos cassados de 2000 a 2011.
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