Por
muito, ouvi de alguns vereadores da necessidade de imposição de limites à
atuação do Chefe do Executivo, que, estava encaminhando à Câmara Municipal
projetos de lei com erros.
Também,
ouvi de universitários que o projeto do ônibus escolar havia voltado para “a
prefeitura” porque havia ficado “errado”, não haviam incluído que o ônibus
seria para transporte de universitários.
Até
que no dia 25 de novembro de 2013 tive o privilégio de assistir a reunião
extraordinária que fora colocado em discussão o projeto de lei 54/2013.
Desta
podemos destacar alguns pontos:
1
- Antes mesmo de começar a reunião, alguns vereadores confabulavam, planejando
ir embora, Lé de Magid repetia: “_ Vam’bora! Vam’bora, vam’bora! Só para
Vicente sentir que aqui não tem besta!”
Concentrei
minhas atenções no ambiente, o Presidente da Câmara conversava com um e outro, pediu
ajuda ao assessor jurídico.
E
o povo? O povo estava ali aguardando algo incerto.
2
- Passado algum tempo a reunião começou. Chamada nominal, poucos vereadores na
mesa. Momento confabulação. Os vereadores Chárbel e Fulgencio entravam e saíam
do plenário.
Nádson também não parava, parecia mais um
funcionário daquela casa.
3-
Após a leitura da ata, o vereador Lé de Magid, que havia voltado, pediu para
incluir na ata o momento que havia chamado a atenção do Presidente da casa que
tomasse providencia pelo desacato ao vereador Charbel quando um cidadão chamou
o vereador Charbel de chorão e, ainda a inclusão de uma fala de um encontro com
a Procuradora do município na Lotérica. Ahhhhhhhhhhhhhh? ( Junte o externo ao
interno e sigamos)
4-
Tão logo o Vereador Senna começou a falar suspendeu a reunião por alguns
minutos e vereadores se aproximavam da mesa, enquanto analisavam documentos.
5-
Ao reiniciar a fala, o Vereador Senna explicou toda a tramitação daquele
projeto na Câmara:
20/09 –deu entrada com nº 49, 14/10 – chegou à
mesa e Lé pediu vista, a comissão de legislação reuniu e analisou, 22/10 ele
voltou para prefeitura para fazer as correções,30/10 chegou à Câmara, 11/11 a
Comissão propôs parecer jurídico e justificativa, ele voltou com nº 54, ele tem
que ser corrigido. Ocorre que o objeto com a menção de transporte escolar fora
objeto de um projeto 36/13 de 15/05, rejeitado.
O Vereador Senna falou que a justificativa era
atender rotas mais caras, na economia e disse que a aquisição do ônibus era
importante porque os universitários tem esse direito, que a presidenta Dilma
sancionou a lei. Falou do esforço que estão fazendo para dar sustentação para
atender os universitários e espera que isso não fique como alegoria, como imbrólio.
6-
O vereador Lé de Magid começou a explicar porque havia pedido vista e em tom
agressivo, resumiu a situação em incompetência da administração.
7-Durante
todo o tempo da reunião eu tentei descobrir o papel do assessor Thiago, pois
andava de um lado para outro, recebia telefonema, cochichava no ouvido de
vereadores e em um dado momento, deu sinal de tempo.
Tempo?
Sim! Como técnico de um time de futebol, um assessor deu sinal de tempo. O
vereador Charbel já havia levantado, Fulgêncio e alguns vereadores foram para uma
reunião no gabinete do vereador Fulgêncio.
14
minutos de espera!
Pensei!
Terá a mão de algum Senhor Feudal controlando tudo isso?
Na
verdade, eles colocam o povo para aguardar e tecem uma rede, na cara da gente.
Ligações,
levantam, dão sinal de tempo, um “grupinho” não são todos... Sai pra fora.
Pergunto:
Alguém terá interesse no fracasso de aprovação dos projetos? Quem impulsiona tanta
agressão? Quem tanto liga na hora das reuniões?
Por que este assessor age desta maneira...? Por que assessores de
vereadores que coordenam os trabalhos da reunião? Por que não são os
funcionários da Câmara?
Só uma quebra de sigilo telefônico nos
revelaria se os brutais casos de dominação da política velha e canalha desta
cidade estão nos bastidores do legislativo.
8-
Busco entender a situação e tento uma conversa com Lé de Magid que me diz que
Vicente precisava respeitá-lo e que não iria votar no projeto.
Não
sabia qual era a falta de respeito, mas certeza tinha que o projeto do ônibus
escolar não beneficia Vicente, beneficia os alunos que irão ser transportados
pelo ônibus. Logo, se alguém quer bater em Vicente, boicotando um
transporte escolar, na realidade, estava batendo em quem precisa do transporte.
Vicente tem um carro.
9
– Após retomar os trabalhos, a Vereadora Fabíola falou que era uma oportunidade
de estar resolvendo a situação dos universitários.
10-
O vereador Flavio (Dedé) falou que é membro da associação dos universitários e
que muitas vezes foi “de pé” no ônibus, porque o ônibus está lotado.
11-
Vereador Senna disse que só espera que o projeto sendo aprovado, venha somar benefícios
e que os perueiros não torne desempregados e fez um questionamento acerca dos
ônibus que ficam parados à noite e disse que não havia nada no projeto com
destino a universitário.
12-
A Secretária de Educação Mariangela Abu-Kamel, tentava responder algumas
perguntas e ao todo tempo era interrompida de forma brusca e “sem educação” por
parte do vereador Lé. Diga-se de
passagem que a Câmara portou-se de todo sem a cortesia que é de praxe um órgão
legislativo dar a um Secretário, quando ele precisa levar alguma informação a
este órgão. (Não conduzi-lo ou dar um assento de destaque)
Particularmente,
acredito que não é todo dia que tem uma reunião naquele horário e alguns dos
que ali estavam eram agentes públicos do município, do Conselho Tutelar, da
delegacia de polícia e outros órgãos que sendo também, estudantes queriam
acompanhar a votação do projeto; coisa natural já que eram de seus interesses,
mas como o vereador Lé de Magid chamou a atenção daqueles que estavam na Câmara
e não estavam no serviço, isso abriu um certo precedente........
Bem!
O poder dele foi dado pelo povo, mas estava lá orgulhoso, cheio de irritação,
na casa do povo.
13-
Chegada a vez de Coca de Dé falar, ele repetiu inúmeras vezes que só votava no
projeto se fosse ônibus de graça para os universitários. –Eu voto no ônibus de
graça!
14-
A universitária Aparecida falou que a preocupação teria que ser ônibus gratuito.
“ Não queremos pagar 10, 5, 25” reais.
15-Lucio
Pacheco disse que o Secretário Nádson tinha saído tarde da casa dele para que
ele votasse no projeto e o prefeito o autorizou a dizer que ele (o prefeito)
vai dar o transporte 100% gratuito a partir de fevereiro.
Não
sei quem é pior, se ele ou o secretário!
Imagine,
um secretário (que nem é o de educação ou chefe de transporte) intermediando
conversas, altas horas da noite, com um vereador para que este se convença da importância
de se votar em projeto pro município.
Lúcio
falou que era preciso que o prefeito redigisse novamente o projeto colocando a
gratuidade do ônibus universitário.
Alguém
comunicou que o prefeito estava viajando e então sugeriram que ele mandasse por
fax.
Pasmem!!!
Essa é de Lascar! O Vice – prefeito estava presente, mas Nádson disse que ia
falar em nome do prefeito.
Alguém
disse que o prefeito elaborasse o projeto onde estivesse e mandasse.
Vereadores
falavam que não votariam no projeto daquele jeito. Só com o ônibus de graça
para os universitários.
Passaram
o microfone para o vice prefeito, que disse que para solucionar de imediato a
questão era importante agilizar o projeto e que o compromisso feito em
campanha, o prefeito iria cumprir...
Antes
de Geraldo, vice, terminar a fala, o vereador Charbel informou que o Prefeito Vicente
havia ligado para o presidente da associação dos universitários e dito que ia redigir e assinar a
gratuidade do ônibus.
Alguém
perguntou se não podiam ali mesmo (a Câmara) não podia incluir uma clausula no projeto e o
assessor Jurídico da Câmara explicou o porque da impossibilidade e da necessidade do substitutivo vir do
executivo.
Vereadores
apertaram na exigência da inclusão do artigo incluindo a gratuidade do ônibus para os universitários
e outra reunião foi marcada para o mesmo dia, após o prefeito fazer a
alteração no projeto de lei.
Obs: imagem tirada do CanStok / Internet
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